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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FUNCIONAMENTO DA ACUPUNTURA

Terapia chinesa de origem milenar, que harmoniza e equilibra o organismo propiciando saúde e conforto, a acupuntura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa e um método de tratamento chamado complementar, de acordo com a nova terminologia da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Atribui-se a origem do nome Acupuntura a um jesuíta europeu que, retornando da China no século XVII, adaptou os termos chineses Zhen Jiu, juntando as palavras latinas Acum (que significa agulha) e Punctum (picada ou punção). A tradução literal do termo chinês, no entanto, é bem diferente. O correto seria Zhen (agulha) e Jiu (moxa).

Esta é, na verdade, uma tradução imprópria que causa a impressão de que o terapeuta só trabalha com agulhas.

Os pontos e meridianos também podem ser estimulados por outros tipos de estimulos.

 

 

História da Acupuntura



Atribui-se aos chineses a criação da acupuntura, mas outros países do Oriente também têm em seus recursos terapêuticos a acupuntura, como Japão, Coréia e Vietnã.

Os primeiros registros sobre a prática da acupuntura datam de mais de 6 mil anos na China, contudo, a primeira descrição histórica da acupuntura como terapêutica é feita por Ssu Ma Ch'ien no "Shih Chi", 90aC.

O paradigma da Medicina Chinesa interpretava o funcionamento do organismo humano por sua comparação com fenômenos naturais, como o fogo, vento, umidade, etc.

Na visão daqueles médicos antigos, a intervenção com agulhas permitiria alterar o comportamento de elementos externos, já que as patologias também eram interpretadas como invasão do corpo por elementos como o frio, vento ou umidade e dos fluidos e energia (Ki) do organismo.

Em 1255, em "A Viagem à Terra dos Mongóis", William de Rubruk já fazia referências à Acupuntura.

Monges Jesuítas, a partir do século XVI, cunharam o termo, em língua portuguesa, que significa "Punção com agulhas" perpetuando o erro de tradução.

A partir de 1971, com o relato do efeito da acupuntura no tratamento das dores pós-operatórias do jornalista James Reston e após 1972, com a visita do presidente Norte-americano Richard Nixon à China, a Acupuntura passou a ser estudada pelo método científico, no Ocidente.



 

 

Visão Tradicional Chinesa

Ciclo de geração dos cinco elementos:

Fogo gera Terra,
Terra gera Metal,
Metal gera Água,
Água gera Madeira,
Madeira gera Fogo...
Os Cinco Elementos


A visão tradicional da medicina chinesa está profundamente ligada a teorias baseadas no Taoísmo, sobre energias conhecidas pela dualidade Yin/Yang, sobre meridianos e outros conceitos bastante "exóticos" para a ciência médica ocidental.

Contudo, contribuições da Antropologia (mais específicamente da Antropologia Médica) vem facilitando a interpretação destes à luz da lógica das explicações mítico-religiosas, compreendidas como sistemas etnomédicos capazes de dar respostas às demandas por cuidados de saúde de uma determinada população.

O Yin e o Yang são aspectos opostos de uma mesma energia. No corpo do homem existe um equilíbrio energético que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar, comportamental e muitas outras.

Existem muitas formas de diagnóstico na medicina tradicional chinesa.
Algumas delas são a pulsação, a observação da cor e aspectos da língua e da pele.

Um médico chinês costuma dizer que não se deve olhar apenas o paciente, mas escutá-lo, tocá-lo, cheirá-lo, provar sua urina e conhecer as suas fezes.

Uma consulta baseada no modelo tradicional chinês pode levar de vários minutos a algumas horas.

O terapeuta questiona vários aspectos da vida (incluindo a infância e expressão das emoções), da alimentação e costumes.

A natureza das explicações tradicionais da medicina chinesa não tornam essa prática essencialmente distinta de outros sistemas etno-médicos, exceto por sua notável semelhança com a medicina hipocrática (a quem se atribui a origem da moderna medicina cosmopolita).

O estudo de sua história revela seu rompimento com algumas tradições "mágicas" e incorporação do conhecimento empírico proveniente de cuidadosas observações, consolidado no que vem sendo chamado do paradigma do Yin - Yang e dos 5 movimentos descrito nos livros clássicos para os orientais ou documentos etnológicos brutos para a antropologia estrutural.

Entre os livros clássicos o mais conhecido é, sem dúvida o "Livro do Imperador Amarelo" cujo exemplar mais antigo foi encontrado em um túmulo da dinastia Han
(Fu Weikang).

 

 

Funcionamento da Acupuntura



Aplicação de agulhas de acupuntura: na visão tradicional, a agulha é um veículo para a própria energia vital do terapeuta interagir com a do paciente

Na tentativa de satisfazer alguns conceitos acadêmicos, a acupuntura na linguagem ocidental é um método de estimulação neurológica, com efeitos sobre neurotransmissores, neuromoduladores e reação do sistema imunitário (pró e anti-inflamatória).

Historicamente, a primeira propriedade da acupuntura que foi capaz de chamar a atenção acadêmica, foi justamente no domínio da dor. Esquemas foram levantados para associar liberações de endorfinas causadas por estímulos de agulhas sobre nervos específicos.

Durante algum tempo, muitos pesquisadores duvidam da aplicação da acupuntura fora do tratamento da dor e nas funções do sistema nervoso autônomo. Os mecanismos da terapêutica da acupuntura, ainda não estão claramente associados aos mecanismos fisiológicos sob os domínios da ciência atual.

Ainda hoje, apesar do espaço que ganha nos hospitais e clínicas médicas, alguns estudiosos aceitam a "contra-gosto" a atuação terapêutica da acupuntura no tratamento da dor e nas disfunções do sistema nervoso autônomo.


Entretanto, não é possível ignorar os testes realizados com metodologias largamente aceitas no meio acadêmico, assim como não é possível ignorar uma cirurgia realizada sob a anestesia produzida pela simples punção de agulhas.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eletroacupuntura

) O que é a Eletroacupuntura?
É o uso de estímulos elétricos nos pontos de Acupuntura. A estimulação é produzida por um aparelho especialmente criado para tal fim, somado a inserção de agulhas em pontos muito precisos localizados sobre a pele, que chamamos de "acupuntos".

2) Como funciona e qual é a grande finalidade dessa terapia?
A fundamentação científica da Eletroacupuntura aponta que a corrente elétrica, quando corretamente utilizada nos "acupuntos", provoca efeitos fisiológicos (eletroquímicos, eletrotérmicos, eletrofísicos), como, por exemplo, a liberação de opióides endógenos (ex.: beta-endorfinas, dinorfinas, encefalinas) atua na promoção da saúde e tratamento de transtorno psicológicos, comportamentais e físicos.

3) Para que tipo de problemas a Eletroacupuntura é indicada e em quanto tempo os resultados começam a aparecer?
A Eletrocupuntura é indicada para uma gama muito grande de alterações, como, por exemplo, tratamento de lombalgia, ciatalgia, cervicalgia, depressão, ansiedade, seqüelas de acidente vascular cerebral (AVC), rugas, estrias, celulite, cicatrizes, gordura localizada, etc. Os primeiros resultados tendem a aparecer desde a primeira sessão. No mínimo, são utilizadas 10 sessões, uma vez por semana, para produzir um resultado importante e duradouro.

4) Que tipo de pessoa deve procurar a Eletrocupuntura?
Todo e qualquer paciente que não use marca-passo e não esteja em surto esquizofrênico paranóide. Pessoas que sofreram um "acidente vascular cerebral" (AVC) tendem a ter um excelente resultado se procurarem a Eletroacupuntura logo após o AVC.
A "Eletroacupuntura clínica" apresente excelentes resultados no tratamento de dor, depressão, ansiedade, estresse, etc. A "Eletroacupuntura estética" atua nas estrias, celulite, rugas, gordura localizada, cicatrizes, acne, etc.

5) O que mais uma pessoa que irá utilizar a Eletrocupuntura deve saber?
Os serviços de Eletroacupuntura e Acupuntura ainda não estão regulamentados, de forma definitiva, no Brasil, apesar da sua prática e eficácia ser reconhecida pelo Governo Brasileiro, Conselhos Federais da área da saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse modo, é fundamental que o paciente busque informações sobre o currículo profissional do acupunturista, antes de marcar a consulta com o mesmo. Veja qual é a sua formação, qual é a escola que estudou, qual o tempo de prática profissional, artigos publicados, palestras desenvolvidas, etc.

Lembre que o material utilizado deve ser descartável e de uso único (ex.: agulhas, lençóis, algodão, etc.). Por último, informo que logo após a primeira sessão deve ocorrer algum grau de melhora; os resultados tendem a ser mais evidentes até a 5º sessão, e até a 10º intervenção o paciente deve sentir-se muito melhor; caso contrário, o tratamento com Eletroacupuntura deve ser reavaliado.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Stiper - acupuntura sem agulhas

A acupuntura é uma técnica milenar que tem por objetivo prevenir doenças, manter a saúde e melhorar a qualidade de vida, regulando o fluxo energético. O que muitas pessoas não sabem é que o tratamento da acupuntura pode ser feito através da pressão do dedo - digito-pressão; calor – moxabustão; semente – auriculoterapia; eletricidade – eletroacupuntura; ímã – magnetoterapia; ventosa, cor – cromoterapia; música – musicoterapia; esparadrapo - RMA (reprogramação músculo-articular) e laser, totalmente sem dor e com resultados maravilhosos.

Surgiu, atualmente, mais uma técnica com os mesmos objetivos: STIPER.

Stiper  é uma pastilha de celulose contendo óxido de silício (SiO2) de 14 mm de diâmetro por 3 mm de espessura. Chegou para complementar ou substituir o tratamento da acupuntura tradicional. As indicações são as mesmas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde para a acupuntura tradicional: tratar dores de cabeça, dores da coluna, tendinite, fibromialgia, lesões esportivas ou traumáticas, cólicas menstruais; alergias, asmas e bronquites; stress, ansiedade e depressão, inclusive atuando na área da estética -  rugas, acne, pós-operatório de cirurgias plásticas. Pode ser usado aliado ao tratamento da fisioterapia, massoterapia, em pontos de dor, reflexologia, quiropraxia. Pode ser embebidos com aromas, essências, florais, remédios homeopáticos ou fitoterápicos, potencializando em até três vezes seus efeitos terapêuticos.  Ele também pode ser cortado em pedacinhos e substituir as agulhinhas  ou sementes da auriculoterapia.

Stiper tem efeito regulador e harmonizante automático, não necessita colocar agulhas. Tem os mesmos resultados da acupuntura, com a vantagem de atender principalmente aqueles que têm medo de agulhas.

O Stiper pode ser fixado à pele com esparadrapos – micropore, nos pontos adequados a cada caso, a depender da situação. Pode ser molhado sem perder seus efeitos terapêuticos atuando durante 5 dias. O paciente pode fazer suas atividades normalmente durante esse período.

Uma técnica recente que, por ser de fácil aplicação e indolor, ganha  mais espaço entre os profissionais da saúde, melhorando acima de tudo a qualidade de vida dos pacientes.

quarta-feira, 2 de março de 2011

INDICAÇÕES PARA ACUPUNTURA AURICULAR

Nosso corpo possui um fluxo de energia (chi), que, ao ser interrompido, interfere no equilíbrio do corpo. Com a perda do equilíbrio, conseqüentemente, surge a doença.
A acupuntura é indicada em praticamente todos os processos de desequilíbrios energéticos de todos os sistemas orgânicos (respiratório,cárdio circulatório, digestivo, genito-urinário, neurológico, muscular, ósseo), que se configurem ou não como doença orgânica.
Segue abaixo uma lista de distúrbios e doenças mais comumente tratáveis com excelentes respostas ao tratamento pela Acupuntura.

REGIÃO CERVICAL, OMBROS E MEMBROS SUPERIORES
- Dor muscular
- Cervicalgia
- Dor do ombro
- Tendinite (LER/DORT)
- Epicondilite lateral e medial
- Ombro congelado

REGIÃO LOMBAR E QUADRIL
- Lombalgia aguda
- Lombalgia crônica
- Dor ciática
- Espondilite anquilosante

MEMBROS INFERIORES
- Tendinite patelar
- Bursite patelar
- Osteoartrose de joelho
- Distensão (entorse) do tornozelo:
- Sinovite/tendinite do tornozelo
- Fasciíte plantar

OUTROS
- Dor no pós-operatório de qualquer origem
- Fibromialgia
- Osteoartrite
- Distrofia simpático reflexa
- Distúrbios circulatórios
- Dor pós-herpética

REUMATOLOGIA
- Dor articular (nas juntas)
-reumatismo
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Síndrome de Sjögren

CEFALÉIA (dor de cabeça)
- Cefaléia do tipo tensão
- Enxaqueca (migrânea)
- Dor craniofacial
- Cefaléia por disfunção têmporo-mandibular
- Cefaléia cervicogênica
- Outros tipos de cefaléia

APARELHO URINÁRIO
- Cólica renal
- Prostatite
- Cistite intersticial
- Retenção urinária pós-parto
- Dor e urgência urinária
- Ejaculação precoce
- Disfunção sexual masculina não orgânica
- Retenção urinária pós-traumática

APARELHO GENITAL FEMININO (GINECOLÓGICO)
- Tensão pré-menstrual (TPM)
- Dismenorréia primária
- Síndrome do climatério
- Hiperemese gravídica
- Hipogalagtorréia
– Dor durante o trabalho de parto
- Dor causada por endometriose
- Indução do trabalho de parto

NÁUSEAS E VÔMITOS
- Pós-operatório, gestação,
- pós-quimioterapia e radioterapia

GASTROENTEROLOGIA
- Excesso de salivação (sialorréia)
- Gastroenterite aguda (náuseas, vômitos, diarréia)
- Má-digestão (dispepsia)
- Distúrbios da motilidade gástrica
- Dor de estômago (epigastralgia)
- Azia, hiperacidez ou diminuição da secreção gástrica
- Constipação (prisão de ventre)
- Síndrome do cólon irritável
- Cólica intestinal aguda ou crônica
- Colite ulcerativa crônica (inflamação do cólon)
- Dor de pancreatite crônica- Cólica biliar (colecistite)
- Hemorróidas

ODONTOLOGIA
- Dor de origem dental
- Dor pós-operatória odontológica
- Dor por disfunção têmporo-mandibular: alteração da função da ATM
- Dor por anormalidades da oclusão (mordida)

DOR FACIAL (INCLUINDO ANORMALIDADES CRANIOFACIAIS E MANDIBULARES) – FACE – SEIOS DA FACE – BOCA
- Dor facial de origem dentária
- Neuralgia do trigêmeo
- Dor facial atípica (de origem  desconhecida)

ALERGIA E IMUNOLOGIA
- Asma, bronquite
- Rinite alérgica
- Urticária

DERMATOLOGIA
- Acne (adolescentes), acne vulgar, eczema
- Dermatite de contato, coceira
- Psoríase
- Herpes zoster

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
- Estresse, ansiedade, insônia, depressão, bulimia, compulsão por comida
- Hiperatividade infantil
- Manifestações psicossomáticas
- Enurese noturna
- Tabagismo, alcoolismo, dependência química

SISTEMA NERVOSO
- Paralisia facial periférica
- Dor na musculatura da face
- Vertigem, zumbido
- Síndrome do túnel do carpo
- Neuropatia diabética
- Seqüelas de AVC
- Trigemialgia

APARELHO CARDIOCIRCULATÓRIO
- Hipertensão arterial leve
- Angina pectoris
- Fenômeno de Raynaud

HEMATOLOGIA
- Leucopenia

PNEUMOLOGIA
- Asma, bronquite
- Doença cardiopulmonar crônica

ENDOCRINOLOGIA
- Obesidade

OTORRINOLARINGOLOGIA
- Dor de garganta (incluindo amigdalite)
- Rinite
- Dor de ouvido
- Zumbido, tontura e vertigem
- Diminuição de audição não traumática

OFTALMOLOGIA
- Dor no olho
- Conjuntivite

INFECTOLOGIA
- Infecções em geral
- Hepatite B, estado de portador

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ACUPUNTURA SERVE PARA MIM?

Quando estamos sofrendo de algum mal e não temos boas experiências ou perspectivas de tratamento com a medicina oficial, que vamos chamar aqui de “medicina ocidental”, é natural buscar uma alternativa. Homeopatia, acupuntura, técnicas “energéticas” como o reiki, florais de Bach e fitoterapia são apenas algumas das opções que, ultimamente, vêm se projetando bastante na sociedade brasileira. Mas fica a pergunta: será que nessa medicina “alternativa” tem algum tratamento que sirva para o meu caso? Neste artigo vamos explicar por que a acupuntura, especificamente, serve para o seu caso.
Você deve estar se dizendo: “Mas se ele não sabe o que eu tenho, como pode afirmar isso?” Pois essa é justamente a questão central. Eu não sei o que você tem, e nem você. Aí você diz: “Claro que eu sei! Eu sofro do problema X” que pode ser… digamos: dor neuropática, asma, dermatite atópica, lombalgia, enxaquecas, lúpus eritematoso, gripe comum, ciatalgia, degeneração macular, alergia, sinusite, gastrite, úlcera, câncer, fibromialgia, ombro congelado, depressão, insônia, pressão alta, síndrome do túnel do carpo, colite, doença de Hashimoto, TPM, infecção urinária, constipação, miastenia… ou qualquer outra dentre centenas de doenças que constam do CID (catálogo internacional de doenças).
Agora me diga, o que todas essas doenças e síndromes tem em comum?
Elas têm em comum o fato de serem descrições de doenças e síndromes feitas pela medicina ocidental. Mas a medicina chinesa e, portanto, a acupuntura, tem o seu próprio catálogo de enfermidades, que é diferente.
Então se o sujeito tem “gripe”, no catálogo ocidental, e se a gente olhar o mesmo sujeito, com os mesmos sintomas, usando o catálogo da medicina chinesa para diagnosticá-lo, vai dar lá que ele tem “invasão do vento quente” ou “invasão do vento frio” causadas por uma “deficiência do qi do pulmão” ou “deficiência do qi defensivo”, e não que ele tem “gripe” – gripe não consta do catálogo chinês.
Cada catálogo tem sua maneira de ver a enfermidade e sua maneira de tratá-la. São como cardápios de restaurantes especializados: quem mistura o diagnóstico de um (ocidental) com o tratamento de outro (acupuntura) acaba se arriscando a botar peixe cru na feijoada.
Por conta disso, quando você recebe um diagnóstico de medicina ocidental e pergunta para um acupunturista se ele pode tratar daquele problema… bom, na realidade a pergunta fica difícil de responder. Difícil porque o acupunturista não trata de problemas do catálogo ocidental. O trabalho dele é olhar para você, fazer o exame tradicional da acupuntura, perguntar o que você sente e então chegar a uma conclusão. A partir disso, e somente então, é que ele vai poder lhe dizer se ele se sente apto a lhe tratar ou se você deve procurar algum outro tipo de profissional. Em resumo, não adianta chegar com um diagnóstico que não pertence à acupuntura e perguntar se acupuntura trata “a doença X”. Ela talvez possa, sim, tratar o seu problema se ele for visto pelo ângulo típico da medicina chinesa.
Vamos dar um exemplo. Um familiar meu estava com uma séria dor no joelho. Não conseguia subir escadas nem sentar-se de pernas cruzadas; se ficava sentado muito tempo, depois era uma dificuldade para andar. Fizera exames e o médico havia dito que a “única solução” seria a cirurgia. Eu sugeri que ele tentasse acupuntura. Ele retrucou, sem fazer fé (coisa de parente): “Mas vai adiantar isso de acupuntura? Eu estou com uma fissura no menisco medial, não tem jeito. Só operando. O médico me mostrou, eu vi a rachadura na radiografia!”. Ele já estava indo fazer o risco cirúrgico no dia seguinte. Eu insisti e, como as pessoas têm medo de cirurgia (ainda bem!), eu acabei conseguindo atendê-lo. Em dois meses estava curado. Isso foi há mais de dez anos e nunca mais se falou nesse assunto de “menisco medial fissurado que tem que operar”.
Agora, se você perguntar se eu tratei a fissura do menisco medial dele, eu vou lhe responder que não. Tratei a vitalidade dos rins, que rege as articulações e os ossos, e tratei da circulação da vitalidade na perna esquerda, que estava bloqueada. Pronto.
Portanto, entenda: se a acupuntura não é uma técnica de cura da medicina ocidental, ela não pode nem deve usar as maneiras de classificar e pensar o adoecimento que são próprias à medicina ocidental. Se você não tem um diagnóstico de medicina chinesa, de nada adianta perguntar “Eu tenho o problema x (ocidental), a acupuntura pode me ajudar?”, porque para nós, acupunturistas, a pergunta não faz sentido. Se você quer tentar a cura pela acupuntura, vá ao acupunturista e diga o que sente. Ele vai ouvi-lo, vai examiná-lo e dar o diagnóstico chinês e o tratamento chinês integrados, funcionando em harmonia… aí sim, a coisa tem chance, e boa chance, de dar certo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

EFEITO ANALGÉSICO DA ACUPUNTURA

A acupuntura atua no sistema supressor da dor. O estímulo promovido pelas agulhas gera impulso para a liberação de neurotransmissores .

Há uma participação de peptídeos endógenos morfino miméticos . O efeito analgésico é produzido tanto em nível central como em nível local

Os resultados do tratamento das dores crônicas revelam-se comparáveis aos de numerosos analgésicos , compreendendo os morfínicos .

A analgesia obtida através do agulhamento seco, "efeito agulha", ocorre tanto no agulhamento local (s ítio de dor máxima /trigger zone) bem como nas punções à distância do s ítio doloroso. Cada s ítio apresenta um nível ideal ou ótimo de estimulação; evidenciando desta forma a existência de uma organização somatotópica para p efeito analgésico decorrente da hiperestimulação.

Experimentos realizados por Han e Terenius (1982) e Takagi (1982) mostraram que o LCR de animais submetidos à acupuntura quando transfundidos para animais de controle elevava o limiar nociceptivo nestes , caracterizando desta forma a presença de neurotransmissores no efeito da acupuntura.

Os peptídeos opióides endógenos participam deste efeito analgésico especialmente quando os estímulos são aplicados distantes do ponto doloroso (Fields . HL e col,1978; Kerr, FNL e col,1976).Basicamente os impulsos envolvem alças de feedback que modulam os impulsos nociceptivos como é demonstrado na analgesia produzida por estimulação.

Os peptídeos opióides endógenos , especialmente a endorfina ( com potente ação analgésica ) se distribuem e possuem receptores em áreas ( PAG, RVM, CDM) nas quais a estimulação elétrica produz sens ível alívio da dor.

(Precher,WH e col.1988, Fielda HL e col,1978) Embora se questione acerca de uma atividade tônica intríseca destes peptides em condições fisiológicas , entretanto , é consenso que são necess ários estímulos para ativar o sistema dos peptides opióides endógenos como ocorre com a aplicação da acupuntura.

Autores descrevem atividade analgésica da endorfina mediada por receptor próprio bem como através da liberação de metil encefalina (Rang,HP e col 1995 ; Suh , HH e col.1988-1992) . As encefalinas agem principalmente via receptores para promover efeito analgésico enquanto as dinorfinas têm ação antinociceptiva mediada por s ítios receptores .

Foi demonstrado que quantidades substanciais de endorfinas e metil encefalinas são encontradas em tecido subcutâneo inflamado , mais precisamente dentro das células do tecido imune presentes local da inflamação (linfócitos T e B , monócitos e macrófagos).

Os macrófagos constituem alvo para a substância P que pode ser liberada durante o procedimento da acupuntura quando a agulha atua sobre os aferentes primários .